quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Contradição francesa


Compactos ganham força com a exibição do Peugeot 208 no Salão’2012, enquanto a Renault remodela o velho Clio tentando deixá-lo parecido com o modelo europeu

Dois novos hatchbacks para o segmento de compactos, ambos de marcas francesas, só que com tecnologias completamente distintas. Ao mesmo tempo em que Peugeot confirma a exibição do novíssimo 208 durante o Salão do Automóvel de São Paulo – de 24 de outubro a 4 de novembro – a compatriota Renault divulgou as primeiras fotos da mais nova remodelação do Clio argentino, nitidamente inspirada na quarta geração, esta sim inédita, vendida na Europa.

O primeiro, um carro completamente reformulado, será posicionado entre os compactos premium, concorrendo com o Citroën C3, Ford New Fiesta e Fiat Punto. Convivendo com o 207 como modelo de entrada, o 208 começará a ser produzido na fábrica de Porto Real (RJ) no início de 2013 para chegar às concessionárias no primeiro semestre. Até o momento a Peugeot não confirmou dados técnicos do 208, mas adianta que o modelo brasileiro será tão equipado quanto os rivais que, aliás, acabam de ser renovados. Entre os equipamentos haverá  tela sensível ao toque no painel, reunindo rádio, navegador e Bluetooth, e teto solar panorâmico. Provavelmente manterá os atuais motores 1.4 flex e 1.6 16v da linha 207.



O 208 abrirá caminho ainda ao desenvolvimento de um inédito crossover baseado no carro conceito 2008. Apresentado no Salão de Paris, o parrudo virá enfrentar o também atualizado Ford EcoSport, o Renault Duster e o Trax, jipinho da Chevrolet revelado no exterior.

Na contramão da atualização do mercado nacional perante aos carros da Ásia, Europa e EUA, a Renault decidiu aplicar mais uma plástica – a terceira, para ser mais exato – no pequenino Clio. Mantendo a base da segunda geração (de 1998), o modelo de entrada busca semelhança frontal com os últimos Renault europeus, a exemplo do próprio Clio 4, este sim, verdadeiramente novo.


Pelas primeiras fotos, é possível notar que o para-lamas foi mantido, limitando as alterações aos faróis, grade frontal, para-choques, distribuição das luzes das lanternas e a tampa traseira. Os retrovisores foram herdados do Sandero. Por dentro, nem mesmo o novo painel do sedã Symbol, evolução mais profunda do Clio Sedan, foi aproveitado. Para amenizar o improviso, serão oferecidos itens de personalização que incluem um pacote visual esportivo. Tudo com a desculpa de manter o Clio, oferecido apenas com motor 1.0 16v, a um “preço de entrada”. Um prolongamento de vida injustificado pelos números e a importância do mercado brasileiro, mas que deixa claro a estratégia tacanha da Renault no país.

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