segunda-feira, 16 de abril de 2012

Motor do Ducato 2013 é enquadrado ao Proconve L6


Enquanto a nova geração do Ducato – programada para chegar ao mercado nacional em 2013 – não vem, a Fiat aplica aquela que talvez seja a última mudança da atual família. Enquandrando-se na norma anti-poluentes Proconve L6, a marca italiana aplica na van o motor 2.3 MultiJet Economy retrabalhado por meio do sistema EGR (traduzindo do inglês, recirculação dos gases de escape), o que garante, segundo o fabricante, aumento médio de torque de 6% e redução no consumo de diesel de até 8%. No desenho e interior do Ducato, nada mudou.

Produzido pela FPT Industrial, subsidiária do grupo Fiat, o motor recebeu nova calibração e aplicação de tecnologias que melhoraram o desempenho nas acelerações e retomadas. A potência se manteve nos 127 cv (cavalos) a 3.600 rpm, mas o torque subiu de 30,7 kgfm para 32,6 kgfm a 1.800 rpm.


Além do sistema EGR para redução da emissão de NOx, foram adotados filtro catalisador tipo DOC (catalisador de oxidação de diesel) e filtro de gases de escapamento DPF (filtro de partículas de diesel) para menor emissão de material particulado. Com isso, obtém-se uma eficiência de até 99%, atendendo aos requisitos do Proconve L6. Este sistema, comparado ao SCR (Redução Catalítica Seletiva) utilizado em caminhões e ônibus, tem como grande vantagem a dispensa da adição do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), uréia comercializada em postos e concessionárias.


São sete as versões do Ducato: entre as de passageiros estão o Minibus Teto Baixo (15+1 passageiros mais espaço de bagagem) e o Minibus Teto Alto (15+1 passageiros mais espaço de bagagem). As de transporte de carga incluem o Cargo 7,5m³, o Cargo L 9,0m³, o Maxi Cargo 10m³ e o Maxi Cargo 12 m³. Há ainda a versão Multi Teto Alto, que pode ser transformada para atender necessidades específicas, como para executivos, transporte escolar e passageiros com necessidades especiais.

O modelo é comercializado e reparado por 230 concessionárias da rede Fiat no Brasil.


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Versões e preços:

Cargo 7,5m³ - R$ 76.380
Cargo L 9,0m³ - R$ 80.770
Maxi Cargo 10m³ - R$ 84.590
Maxi Cargo 12 m³ - R$ 86.820
Minibus Teto Baixo - R$ 93.090
Minibus Teto Alto - R$ 99.950
Multi - R$ 86.300

Tamanho da encrenca


Exigência na redução do consumo de combustíveis e emissão de CO2 preocupa revendedores americanos e pode acabar influindo na economia

Por Fernando Calmon
fscalmon@gmail.com

Os governos dos Estados Unidos e da União Européia apresentam diferentes estratégias para diminuir o consumo de combustíveis fósseis e, por consequência, a emissão de CO2. Esse é principal gás de efeito estufa e seus possíveis efeitos sobre mudanças climáticas ainda se discutem em termos de prazos e abrangência.

Na Europa existem metas de emissões com cobrança de imposto sobre os carros que estiverem acima da média de 130 g/km de CO2 e bônus para os que se situarem abaixo. Nos EUA foi definida a obrigatoriedade de consumo médio de 23 km/l de gasolina, igualmente para a média dos automóveis vendidos por cada fabricante, até 2025. O governo americano deseja, ao mesmo tempo, reduzir sua dependência do petróleo e diminuir CO2 emitido nos escapamentos. Sempre se deve reforçar: não existem filtros ou catalisadores para esse gás, mesmo porque é atóxico. Para controlá-lo, só com veículos mais econômicos.

Sem dúvida, melhorar em mais de 50% os padrões atuais de consumo dos carros vendidos nos EUA trata-se de algo bastante ambicioso. Tanto que o governo até admite reavaliar esse alvo em 2018. Os fabricantes nem puderam espernear. Veio a ordem: cumpra-se. Onde entra o consumidor nessa história? Justamente isso ecoou durante a convenção anual da NADA (equivalente à Fenabrave), em fevereiro passado, em Las Vegas (Nevada). O presidente da entidade que reúne 18.000 concessionárias de automóveis e comerciais leves, William Underriner, foi incisivo. “Quase 80% dos nossos clientes pesquisados não estão dispostos a pagar mais por um veículo que gaste menos combustível.”

Ele citou o estudo da própria EPA (sigla, em inglês, para Agência de Proteção Ambiental) que estimou em US$ 3.000 (R$ 5.500) o acréscimo provável no preço sugerido para os automóveis, em média. Na realidade, o acréscimo deve chegar a US$ 5.000 (R$ 9.000) porque as modificações não se restringirão apenas a motores e câmbios. Haverá necessidade de usar materiais leves e caros, além de redução das dimensões externas e internas dos veículos. Seria necessário quase uma revolução cultural para que os compradores abrissem mão do conforto e ainda tivessem que pagar mais.

Underriner ressaltou que, historicamente, as concessionárias sempre apoiaram a fabricação de veículos que consumissem menos combustível. “Agora, se a política do governo vai encolher nossa base de clientes, não devemos ficar preocupados? A NADA questiona porque não desejamos ter de volta os salões de venda vazios. Quantas pessoas serão forçadas a comprar algo que não querem?” Embora essa reação pareça emocional, o risco existe. O pior dos cenários, levantado por Underriner, seria os clientes decidirem manter seus veículos atuais. “Se ocorrer, iria na contramão do objetivo de incrementar a economia de combustível.”

Mudar a mentalidade das pessoas pode ser tão difícil como os desafios técnicos à frente. Há muita pesquisa em desenvolvimento e, provavelmente, se poderia atender a meta exigida pelo governo. O problema é saber a que preço. Nos EUA, aumento de imposto, como ocorre na Europa, é palavrão. Alternativas, porém, escasseiam. Os combustíveis vão aumentar porque o preço do petróleo continuará a subir. E o dos carros, também. Dá para imaginar o tamanho da encrenca. Os motoristas europeus estariam mais resignados porque lá o combustível é caríssimo em razão dos impostos. Parte do acréscimo, na hora de preencher o cheque na loja, se compensaria ao diminuir o custo do quilômetro rodado.

No Brasil, estamos a meio caminho, em termos de combustíveis, em relação aos dois lados do Atlântico Norte. O governo, para tourear a inflação, congelou o preço da gasolina por cinco anos, a ponto de dar prejuízo à Petrobras no momento em que precisa de muito dinheiro para investir, e inviabilizou o etanol. Certamente, alguma encrenca surgirá à frente.