terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fórmula 1 compacto


Pegue um Audi A1, adicione apêndices aerodinâmicos, 63 cv de potência e um sistema especial de sobrealimentação. Pronto. Agora é só acelerar o Sport

Compacto premium por definição mercadológica, mas verdadeiramente repleto de tecnologias (algumas até exclusivas no segmento), o Audi A1 acaba de receber um novo e convincente argumento de vendas no Brasil: sua versão mais potente. Batizada da Sport, a novidade mantém o já conhecido motor 1.4 TSFI, porém com um inédito sistema de sobrealimentação duplo que eleva a potência aos 185 cv (cavalos), diferença superior em 63 cv. Assim, o A1 Sport acelera até 100 km/h em apenas 6,9 segundos e alcança uma máxima de 227 km/h. Aliada ao câmbio automatizado S-Tronic de sete velocidades e dupla embreagem – com paddle-shifts no volante, para trocas de marcha manuais, a receita endiabrada sai por R$ 109.900.

Fora o apelo esportivo, a marca das quatro argolas ressalta o lado ecológico do carrinho no consumo. Ele faz uma média, segundo os alemães, de 16,9 km/l de combustível (13,3 km/l na cidade e 19,6 km/l na estrada), com uma taxa de emissão de CO2 combinada (cidade/estrada) de 139 g/km. Para beber menos gasolina, o A1 Sport também se vale de uma tecnologia que recupera a energia das frenagens, armazenada temporariamente na bateria. Quando o Audi acelera novamente, a energia retorna ao sistema elétrico, aliviando a carga do gerador.


O desenho ganhou apêndices aerodinâmicos nos para-choques e laterais. Os faróis são os mesmos bi-xenônio com luzes diurnas em LEDs, os retrovisores externos se rebatem eletricamente e as rodas, de série, são aro 17 calçadas em pneus 215/40. Opcionalmente a Audi dispõe de faróis com ajuste automático de altura e de neblina, teto solar elétrico panorâmico Open Sky e o arco do teto em quatro opções de cores: Preto Brilhante, Cinza Daytona, Prata Gelo e Branco Amalfi. Para a carroceria, são seis opções de cores. Prata Gelo, Branco Amalfi, Azul Scuba, Vermelho Misano, Azul Esfera e Preto Fantasma.

O acabamento interno soma bancos esportivos com apoio de braço mais largo, detalhes na cor preto brilhante e teto moldado em tecido preto. Ar-condicionado e o Easy entry, solução que permite que o banco dianteiro seja deslocado o máximo para frente para facilitar o acesso dos ocupantes do banco de trás, vêm de série, junto com airbags frontais, laterais, de cabeça dianteiro e traseiro, sensores de luz e de chuva e espelho retrovisor interno com função anti-ofuscamento automático. O Pacote Conforto adiciona como opcionais ar-condicionado automático, sensor de estacionamento traseiro e controle de cruzeiro.


Ligado no mundo
O entretenimento e a conectividade são outros diferenciais do A1 Sport. Com interface Bluetooth e Audi Music Interface, opções de conexão e reprodução de celulares e aparelhos portáteis de música (iPod), ele pode ter – no pacote Confort Plus vendido à parte - Keyless-Go (tecla de partida automática sem chave), Rádio MMI (Multi Midia Interface), sistema de navegação com tela de 6,5 polegadas e sistema de som Bose.

Para segurar a turbinada na potência, os freios e a suspensão foram retrabalhados. O A1 Sport vem ainda com sistema eletrônico de estabilização ESP, com bloqueio eletrônico do diferencial (EDS). Tecnologia bem vinda para dosar um verdadeiro diabinho.


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Duas vezes turbo

Para ficar mais esperto, o motor de 185 cv recebeu uma sobrealimentação dupla e um compressor Roots (acionado por correia) seguido de uma turbina acionada pelos gases do escapamento. Na prática, o recurso se traduz em respostas ainda mais rápidas. Numa ultrapassagem na estrada, por exemplo, o compressor elimina o momento de retardo da turbina em uma situação que exige mais do motor. O recurso, afirma a Audi, é inédito entre os carros vendidos no Brasil, embora já equipe outros carros do fabricante na Europa.

As dimensões do A1:

3,95m de comprimento
1,41m de altura
1,74m de largura
2,46m de distância entre-eixos
O peso total é de 1.265 kg
No porta-malas, há espaço para 270 litros de bagagem

Peugeot 207 europeu desmascara pseudo 207 brasileiro em crash-test


Após comparar as versões mexicana e europeia do Nissan March em testes de impacto, o Latin NCAP – instituto que avalia a segurança dos carros produzidos na América Latina – decidiu ir além ao avaliar o Peugeot 207 brasileiro e seu equivalente produzido na matriz da marca na França. O resultado, como era de esperar, foi vergonhoso. Enquanto o 207 que sai das linhas de produção de Porto Real (RJ) – uma mera remodelação frontal do 206, projeto de 1998, focada numa produção de menor custo – recebeu apenas uma estrela em cinco e duas estrelas quando equipado com airbags frontais, o 207 europeu, este sim uma geração completamente nova e lançada em 2009, obteve cinco estrelas com seis airbags.

A escolha do modelo, afirmou a secretária-executiva do Latin NCAP, Nani Rodríguez, não foi por acaso. Para um leigo, ambos os Peugeot parecem ser o mesmo carro devido à dianteira de desenho parecido, mas tecnicamente, apresentam carrocerias completamente distantes. “Temos certeza de que os veículos vendidos na América Latina e no Caribe têm 20 anos de defasagem em relação aos equivalentes europeus e norte-americanos”, alertou Nani.


O laudo do Latin NCAP também detectou diferenças alarmantes na qualidade dos metais, componentes e estruturas do 207 de verdade e do 207 de mentira. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a secretária apontou a legislação como uma das principais causas da falta de segurança. Mais uma vergonha para o Brasil...