É o caso do Chevrolet Classic, reestilizado pela primeira vez em 14 anos. E nem mudou muito: somente detalhes como faróis, grade, pára-choques e lanternas que vieram do Sail, antes produzido na China. No oriente, o sedã derivado do Corsa foi substituído por uma nova geração. O mesmo ocorreu com o multiuso Fiat Doblò, reestilizado com defasagem de quatro anos, tempo suficiente para a segunda geração ser apresentada na Europa com variados avanços.
O velho Chevrolet Sail chinês, aqui Classic reestilizado...
...e a nova geração do sedã compacto
Mal começo
Primeiro Hyundai nacional, o Tucson seguirá pelo mesmo caminho de atraso. Substituído pelo ix35 na Coréia do Sul, passará a ser produzido em Catalão (GO) como opção “mais barata” ao novo utilitário-esporito, que virá como importado. O preço, que hoje varia de R$ 68.900 e 80 mil, deverá ser mantido, o que, dentre outros fatores, não justifica a produção de um produto ultrapassado.
Custo de produção que foi a justificativa da Peugeot ao adotar estilo frontal e painel semelhantes ao do 207 europeu, maior e melhor equipado, no 206, com direito a troca de nome para o mesmo do hatch europeu. A imprensa pouco questionou o fato. Outros dois franceses, Citroën C4 hatch e Renault Mégane, também demoraram alguns anos para desembarcar e também vieram com estilo frontal atrasado. Isso sem falar da jurássica Kombi, cuja geração lançada aqui em 1997 havia deixado de ser fabricada na Alemanha na década de 1970.
Pague mais
Exceção, as japonesas Honda e Toyota sempre mantiveram seus carros atualizados em relação aos vendidos no primeiro mundo. Em contrapartida cobram mais caro que a concorrência.
Fora o estilo, atrativo para muitos, e a falta de concorrência (no caso do Doblò), outros fatores que estimulam tal defasagem são o preço e, por consequência, o bom número de vendas. No que depender do consumidor brasileiro, ainda utilizaremos ferramental produtivo descartado em outras partes do mundo por um bom tempo.
Um comentário:
Infelizmente, o Brasil e demais países ditos "em desenvolvimento" têm sido vítimas da política de refugo das montadoras de automóveis. Quando deixam de produzir um determinado carro em seu país, mandam o ferramental para nós, para continuar a produzir as velharias por mais dezenas de anos. Ainda informam ao fisco que gastam milhões de dólares, quando na verdade estão apenas reutilizando seu próprio refugo. Até quando continuaremos a ser desrespeitados? Hoje já somos o 4º maior mercado do mundo e pagamos os preços mais caros do mundo em nossos carros e continuamos assim, com Kombis, 206/7s, Doblôs, Astras, Unos,etc..
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