As vendas de motocicletas zero quilômetro não andam lá muito bem. As recentes quedas nos números têm levado os fabricantes do setor a investir em novos segmentos de mercado. A Dafra é o exemplo mais recente. Após a Kasinski, a marca do grupo paulista Itavema decidiu apostar também nas bicicletas elétricas. De início, serão oferecidos dois modelos. A DBX e a DBL já estão à venda nas concessionárias por R$ 1.990 e R$ 2.490, na ordem. Já a DB0, uma bike topo de linha, será comercializado exclusivamente nas lojas Polishop a partir de setembro, ainda sem preço definido. A expectativa da Dafra é vender até 2.500 unidades ao mês. Para chegar lá, são oferecidos planos de financiamento e de consórcio, de até 36 meses, com parcelas a partir de R$ 55,27.
“Estamos criando uma nova unidade de negócios na Dafra direcionada ao segmento de bicicletas elétricas, pois acreditamos na expansão desse setor no país. Para ter ideia, estudos mostram que nos próximos anos a venda de veículos elétricos motorizados de duas rodas vai superar a de veículos elétricos de quatro rodas. E as e-bikes devem dominar esse segmento, com 56%, superando as motos, com 43%, e os scooters, com 1%”, prevê o vice-presidente da Dafra, Francisco Stefanelli.
Vários fatores determinariam esse crescimento, afirma Stefanelli. Entre eles estão a busca por uma maior mobilidade em grandes centros urbanos e a busca por um veículo de transporte próprio mais acessível e o lazer. “As e-bikes foram desenvolvidas pensando exatamente nos pilares mobilidade, economia e qualidade de vida. Temos a DBX que é nossa e-bike com preço mais acessível e que tem maior autonomia. Já a VL tem quadro em aço e bateria de lítio, por isso é mais leve e deve atender aqueles que querem se deslocar pela cidade com maior facilidade. A DB0 ainda tem o diferencial de poder ser dobrada. Com isso é excelente para complementar outros meios de transporte, pois pode ser facilmente colocada no porta-malas do carro, ou levada no trem ou metrô”, explica o executivo.
Modelos
Bike mais barata da linha, a DBX é ideal para quem busca economia e grande autonomia. Com ela é possível percorrer até 42 quilômetros com apenas uma carga na bateria. Já a DBL tem design moderno, quadro em alumínio e autonomia menor: 35 quilômetros. Ambas possuem o sistema de assistência ao pedal (em inglês, PAS) que garante gradativamente maior ou menor atuação do motor elétrico. Para acioná-lo, basta selecionar o nível de assistência desejado e iniciar as pedaladas. Além disso, o ciclista pode optar por não pedalar e utilizar apenas o motor elétrico, muito útil em circuitos planos.
A topo de linha DB0 é uma e-bike desenvolvida para quem busca a modernidade da bicicleta elétrica, mas que também adora pedalar. Assinada pelo designer norte-americano Robert Brady, e criada pela taiwanesa DKCITY, empresa especializada nesse tipo de veículo, ela é dobrável e utiliza um motor elétrico auxiliar que dá suporte às pedaladas.
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Nova realidade
Embora ainda seja uma novidade no Brasil, o mercado de bicicletas elétricas é um setor consolidado em outras partes do mundo. Na Europa a bicicleta foi incorporada à cultura, com investimentos governamentais e corporativos para o incentivo à utilização diária do veículo. Em Berlim, na Alemanha, por exemplo, houve um alto investimento público para a inclusão das bicicletas no contexto da mobilidade urbana. Atualmente, cerca de 400 mil pessoas utilizam bikes (comuns e elétricas) todos os dias para ir ao trabalho.
Funcionários belgas ganham € 0,21/km de incentivo ao trocar o carro pela bike e a companhia que aderir ao programa recebe isenção fiscal do governo. Mesmo nos Estados Unidos, nação com uma ligação cultural ao automóvel muito forte, com o orçamento familiar cada vez mais restrito, surgem alternativas que começam a funcionar e aos poucos um estilo de vida sem carro é incorporado. Alinhando a isso existe uma cobrança social por mais sustentabilidade e neste cenário as bicicletas elétricas e comuns ganham espaço.
E-bikes em números
21 milhões de bicicletas elétricas são produzidas por ano na China, país líder na venda desse tipo de veículo com 95% do mercado mundial.
A África aparece em seguida, com expectativa de crescimento de 56% por ano nas vendas até 2016.
Em 2010, foram vendidas cerca de 700 mil bicicletas elétricas na Europa, o que corresponde a um crescimento de 40% em relação ao ano anterior.
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