terça-feira, 2 de outubro de 2012

Entrevista: Wanderson Freitas, Número um do Mineiro de Marcas e Pilotos


O físico, diferente da maioria dos pilotos, lembra o de um jogador de vôlei ou basquete. Alto, tranquilo e com um estilo de pilotar muito próprio, o belo-horizontino Wanderson Freitas vive um momento especial no automobilismo. Estreante no kart em 1991 aos 10 anos, ele passou pela velocidade na terra, e agora, aos 31, alcançou aos autódromos. Tanto na primeira fase do Campeonato Mineiro de Marcas e Pilotos – com duas provas em Santa Luzia –, como no Paulista de Automobilismo e em outras competições como a Copa Montana e a MINI Challenge, Wanderson tem dado provas de que veio para ficar, embora a falta de patrocínio seja uma barreira. Em uma conversa, ele nos conta um pouco da sua história, fala sobre o automobilismo mineiro e as estratégias para se manter à frente na liderança do Estadual.

Qual é a diferença de pilotar um kart, na terra, e velocidade de pista? Qual é o mais difícil? Você tem alguma competição favorita?


Com certeza há diferenças de pilotagem. No kart eu tinha uma tocada mais agressiva e foi assim também na velocidade na terra. No asfalto me adaptei melhor com uma tocada mais suave. Não tenho uma competição preferida, todos têm sua competitividade e dificuldade, quando se tem competitividade torna-se gratificante e é isso que o piloto procura.


A volta do Mineiro de Marcas e Pilotos abre um novo momento para o automobilismo em Minas Gerais. Para você, qual a importância do estado ter a sua própria competição de turismo?

Temos pilotos mineiros de grande importância no cenário do automobilismo nacional quanto no internacional mesmo antes do primeiro autódromo de Minas Gerais. Isso mostra o potencial dos pilotos mineiros. Com a reabertura do autódromo muitos pilotos, principalmente aqueles que contam com  baixo orçamento, já consideravam sua carreira por encerrada por não terem onde correr. Agora esses vão ter um excelente campeonato para disputar e não ficarão estagnados no kart.

Mês passado você conquistou o tricampeonato Paulista de Marcas. Como foi a decisão de correrem São Paulo? Você já chegou andando bem? Quais foram as maiores dificuldades em Interlagos?
Sempre tive o sonho de andar em Interlagos, andei de dupla a convite de um amigo (Ricardo Lima) e larguei na pole Geral logo na minha primeira corrida. Na corrida eu fiquei em P3 na Geral e P1 na categoria. Foi um resultado inesperado. Em 2009 o Edgard Amaral me convidou para fazer todo o campeonato com ele, fomos campeões já no primeiro ano 2009, bi em 2010 terceiro em 2011 e, agora em 2012, por causa de um problema de saúde, Amaral não pode correr e eu fiz o campeonato sozinho conquistando o campeonato com cinco provas de antecedência.

E o MINI Challenge? Comparado ao Volkswagen Gol que você usa no Mineiro de Marcas e Pilotos, é mito diferente?

Foi um convite também de um amigo para andar de dupla. Alexandro Fortunado correu o campeonato de 2011 e me convidou para fazer uma corrida de experiência. O resultado foi muito bom saímos de lá em segundo no campeonato. Resolvemos fazer também a segunda etapa para ver se conseguíamos um patrocínio, mas, não deu certo e por ser um categoria relativamente cara não conseguimos continuar com orçamento próprio. Em relação ao Gol, o MINI é muito diferente a começar pelo pneu Slick e por ser um carro turbo. Mas não é um carro mais difícil de guiar do que o Gol. Só precisa pegar as peculiaridades do MINI e isso demanda certo tempo para se equiparar aos pilotos que já estão há mais tempo na categoria.

Diferente de outros autódromos do país, o Mega Space teve a pista construída, literalmente, numa montanha. O que você achou desse traçado? As particularidades trarão vantagens aos mineiros?
A pista realmente é diferente de todas do Brasil. Eu gostei bastante, principalmente pelo fato de ser diferente. É uma pista muito técnica e difícil acerto do carro, por conta disso acredito que teremos sim vantagem em relação aos pilotos de fora.

Cidades como Salvador e Ribeirão Preto tem montado circuitos de rua para receber a Stock-Car, por exemplo. Você acha boa essa iniciativa? Já chegou a competir em algum traçado urbano? Minas Gerais tem condições de receber provas do tipo?

Sim. Essa é uma ideia já planejada em Minas Gerais pelo Eduardo Gontijo, só falta sair do papel. Seria excepcional como uma novidade para essas cidades que poderão receber a prova e consequentemente o público irá comparecer. Já andei muito em circuito de rua na época do kart e era muito legal.


Você pretende continuar competindo as categorias de turismo Grupo N ou pretende evoluir para algum carro mais potente como um Brasileiro de Marcas, Copa Montana ou mesmo alguma categoria de “gentleman driver”?

Vontade não falta e tenho convite de varias equipes dessas categorias. Acontece que não tenho verba suficiente para viabilizar o campeonato. Se tivesse o apoio de alguma empresa com certeza já estaria lá.

Com certa facilidade você venceu as duas primeiras provas do Campeonato Mineiro 2012, em Santa Luzia. Você acredita que será fácil a conquista do título? Quais os adversários você pode citar como os mais acirrados daqui?

Por ser uma pista nova conseguimos chegar a um acerto mais rápido do que nossos concorrentes, mas com certeza eles vão chegar e o título não será fácil. Considero como os principais candidatos ao título Leandro Freitas, Huebe Cimini Jr., Flávio Costa e Wilton Pena.

Você e sua equipe terão alguma novidade para as próximas etapas? Qual é a estratégia para as três provas restantes?

Estou com um carro novo que ainda precisa ir para pista para ser testado e acertado. Acredito que por ser uma carroceria nova, tem tudo para ser mais rápido, mas, em contrapartida precisa andar para chegar no acerto do antigo. Não temos uma estratégia, ainda não é a hora, temos muita corrida pela frente. O importante é chegar entre os três primeiros, pontuar sempre para chegar no final na briga pelo título.

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