A estranha proposta do Ministério dos Transportes em fechar o Museu Nacional do Automóvel em Brasília para abrigar arquivos de um órgão extinto, começa a ser alvo de um grande campanha a favor da história do carro brasileiro. Após o Advocacia Geral da União ter determinado o lacre do acervo – incansável obra do advogado e jornalista especializado em automóveis Roberto Nasser que inclui, entre outros modelos, carros únicos como o Willys Itamarati presidencial –, no último dia 20, jornalistas, blogueiros e aficionados pelo assunto tem replicado amplamente a decisão arbitrária, questionada por meio de uma petição pública. Disponível na web, o abaixo assinado é proposto como forma de cada cidadão interessado em preservar a memória do país contribuir para que o desprezo do Governo Federal seja revertido.
Nasser (D) recebe de Rogelio Golfbard, da Ford, um Galaxie Landau 1981
A recente história do automobilismo no Brasil tem sido marcada por decisões amplamente prejudiciais. Uma das coleções mais importantes do sul do país, com 270 carros, o acervo do Museu de Tecnologia da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) foi leiloado em 2009. No início do ano foi a vez do Autódromo de Jacarepaguá ser demolido para dar lugar à obras da Olimpíada’2016. O circuito carioca foi um dos mais importantes das Américas durante as décadas de 1970 e 1980, recebendo diversas provas da Fórmula 1, mas foi deixado de lado quando parte da pista foi removida para dar espaço à instalações do Pan-Americano de 2007.
Lacrado por tempo indeterminado, o Museu do Automóvel de Brasília corre o mesmo risco de ser extinto, agravando ainda mais a ausência de espaços públicos dedicados à história do automóvel no Brasil. Em Minas Gerais, um dos raros acervos abertos à visitação é o Museu do Automóvel da Estrada Real, em Bichinho, distrito de Prados (próximo à Tiradentes).
Além da limusine Itamarati, o acervo administrado por Nasser inclui outro carro presidencial, um Landau, o único Willys Capeta – coupé conceito produzido para o Salão de São Paulo de 1964 – cerca de 6 mil títulos, entre revistas e livros de época. Fechado ao público, o museu criado em 2004 por um grupo de antigomobilistas liderados por Nasser, atual curador, ainda corre o risco de ficar sujeito à degradação, uma vez que os automóveis permanecerão desprotegidos e sem a manutenção necessária.
[saiba mais]
Como ajudar o museu:
Para acessar a petição pública, basta ir em:
www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=apoiomab
Contatos com Nasser podem ser feitos pelo e-mail
curador@museudoautomovel.org.br. O site do museu é
www.museudoautomovel.org.br.
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