O preço do carro usado caiu significativamente nos últimos dois anos e meio – 18,5% de setembro de 2008 a fevereiro de 2011, conforme estudo do AutoInforme/Molicar. A pesquisa analisou a evolução dos preços das 2,9 mil versões dos carros, nacionais ou importados, vendidos no mercado brasileiro. Embora o momento seja ideal para pechinchar, o comprador deve analisar o usado minuciosamente antes de fazer negócio.
O primeiro passo é identificar o modelo ideal, que tenha custo de manutenção acessível e esteja dentro do orçamento. Em seguida, a orientação é checar a documentação do veículo, afirma o diretor de tecnologia da informação do portal Nube Motors, Jeferson dos Anjos. O especialista recomenda checar nos órgãos públicos (Detran, Secretaria da Fazenda, Poder Judiciário) se não existe busca e apreensão ou possíveis débitos de impostos e multas atrelados ao veículo. Com a documentação em dia, o próximo passo é verificar a mecânica, a lataria e os componentes elétricos.
Para isso, Anjos aconselha levar o usado a um mecânico de confiança. “As agências de seminovos são obrigadas por lei a dar garantia da mecânica e outros componentes do veículo. Já na aquisição de veículos de particulares, não existe, por lei, nenhuma garantia definida. É preciso realmente revisar o automóvel para verificar a qualidade”, alerta o especialista.
Primeira volta
Ao avaliar as condições do veículo, a dica é fazer um test-drive para conferir se a lataria não está batendo, se a embreagem e os itens elétricos funcionam em perfeito estado. “É importante não se deixar enganar pelas aparências, pois, às vezes um veículo está com uma lataria e estofamento impecáveis, mas suas peças estão gastas ou danificadas”, explica o especialista.
Ao volante, deve-se observar se o pedal da embreagem está exigindo mais força que o normal e se as marchas estão arranhando, mesmo com o pedal totalmente pressionado. A suspensão também pode apresentar desgaste com o tempo e, por isso, trafegar em pisos diferentes como ruas calçadas e asfaltadas, pode ser crucial. Diante de algum barulho na suspensão ou perda de estabilidade, podem haver problemas nos amortecedores, molas, buchas ou outros componentes da suspensão.
Depois de rodar com o veículo, é a vez de verificar o nível de água e óleo no motor. A temperatura também tem que ser testada, a fim de checar a existência de superaquecimento causado por falta de água, lubrificação do motor, trincas no motor ou falhas da válvula termostática.
Longo prazo
Anjos salienta que todas as dicas ajudam a se ter mais confiança para fechar o negócio, mas o que vale mesmo é ficar atento às garantias contratuais. “O cliente também precisa pensar em longo prazo. Caso ele queria trocar ou revender o veículo no futuro deve avaliar o modelo e sua desvalorização no mercado. Alguns fabricantes costumam alterar radicalmente seus modelos ou tirá-los de linha. Com isso, o modelo anterior tem o preço de revenda reduzido.”
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